quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Resumo do Mês

Hípias Maior[1] – Platão


Tássio Ricelly[2]

O diálogo começa com o encontro de duas pessoas que há muito não se viam. Sócrates estranha a ausência de Hípias de Atenas, o que dá pretexto para uma justificação exibitória a respeito dos méritos de Hípias, que era um homem público de sua cidade.

Após falarem da educação dos lacedemônios, e Hípias ter se pronunciado capaz de lecionar aos mesmos, Sócrates ruma a conversa em direção às belas ocupações, o que serve de pretexto à introdução do tema.

Com a pergunta – O que é o belo? – feita por Sócrates, o diálogo volta-se caracteristicamente para a procura de um conceito, o que é comum nos diálogos socráticos. Hípias começa por ignorar a diferença entre conceito e exemplo, ou seja, as coisas que são belas, e o belo em si, que para ele são uma e a mesma coisa. O que Sócrates discorda.

Fica claro que a natureza do diálogo gira em torno do “belo em si”, o que até então Hípias havia confundido com as coisas que aparentemente possuem a beleza. Inicia-se a segunda parte do dialogo, onde os esforços partem agora de Sócrates, e Hípias assume a partir daqui, um papel estritamente passivo. Sócrates questiona inicialmente o que é verdadeiramente belo, haja vista que algumas coisas parecem ser belas para uns e para outros não, fazendo os argumentos apresentados anteriormente pelo sofista se tornarem inválidos.

Surgem mais dois questionamentos, o primeiro acerca do belo condizer ou não com o que é útil, o segundo tentava provar que “o belo” seria “o agradável”, aquilo que possibilitava os prazeres. Nessas novas discussões o contraste central entre “parecer” e “ser” emerge mais uma vez.

Por fim, Hípias concretiza o belo, afirmando que ele é um belo discurso, ou prestígios granjeados por méritos próprios. Para Sócrates fica claro que “o que é belo é difícil”, afirmando ele não poder defini-lo de forma precisa, mas que no decorrer do diálogo lucrou ao contemplá-lo.



[1]Diálogo narrado por Platão entre Sócrates, seu mestre, e Hípias um Sofista que nasceu em Elis, cidade próxima a Olímpia.

[2]Discente do curso de licenciatura em Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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